segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Entre “engolidas” e palavras

Quando posso, gosto de almoçar na cantina da Furb, que aliás consegue unir preço e qualidade como ninguém. Por exemplo, se tem bobó de camarão, dá para enxergar eles. Diferente de muitos restaurantes na cidade, que se vê quase só molho e nada dos camarões. Outra coisa que gosto é do ambiente climatizado, das pessoas me chamarem pelo nome, as filas que andam e a variedade de saladas. Tempos light.

É uma pena que a maioria dos restaurantes não tenham assentos individuais, porque muitas vezes você ocupa uma mesa e 4 lugares, enquanto outros, de bandeja em mãos, procuram uma. Ao velho estilo de “dá licença, posso sentar aí?”, sempre tive sorte. Se você não for tão tímido, tem a oportunidade única de conhecer pessoas que talvez não cruzaria em outras oportunidades. Assim fiz amizade com pessoas responsáveis por departamentos da universidade, que além da boa companhia, partilharam de conversa produtiva e única.

Na quinta-feira passada por exemplo (21/01), sentou ao meu lado um senhor com traços orientais. Conversamos sobre um e o mundo das coisas. Problemas na economia, soluções para o Rio de Janeiro, meio ambiente e ele que me falou, antes do noticiário noturno, que conhecia in loco os projetos de previsão meteorológica de lá. Vidas poderiam ter sido poupadas com o término de sua instalação. Fiquei curioso sobre sua origem. No dia seguinte, apesar de mesas vagas, o vi sozinho, e aproveitei para cristalizar um pouco mais de nossa amizade.

É japonês mesmo, engenheiro elétrico e já viajou pelo mundo profisisionalmente. Falamos sobre superpopulação, desenvolvimento da economia mundial, 2ª guerra e a recuperação do Japão em especial. Ele comentou algo que me chamou atenção em especial: Logo após o término da guerra, o primeiro ministro japonês ao assumir, convocou em rede nacional todos ao sacrifício da recuperação. Disse ele, que só tinha o terno que estava usando e outro. Pediu ao povo que sacrificasse um pouco do seu salário, para que houvesse uma recuperação total. E está aí o que conhecemos do foi o Japão.  Se por acaso os dados não baterem, alguém comente/corrija por favor. Pode ser que não ouvi/memorizei direito, afinal foi uma conversa rápida de no máximo 30 min. O que valeu, é em tão pouco tempo ter tanta informação, porque sentei com alguém que não conhecia. Aliás não sabemos o nome um do outro.

Sugiro para você não desperdiçar a oportunidade de conhecer pessoas diferentes, sendo indiferente à quem sente ao seu lado/frente. Tem que esteja com tanta pressa de tudo, que só se permite ações mecânicas na vida.

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