Essa não é nenhuma obra da ficção científica. Ela existe e vive. É um experimento fantástico que recria a vida a partir do seu conceito mais primitivo.
Theo Jansen nasceu em Haia, na Holanda, em 1948. Escultor-engenheiro, um artista do meio-ambiente, Jansen pensa o espaço de uma forma diferente da tradicional. Ficou conhecido por criar uma “realidade paralela” um mundo cinético, através de suas engenhosas criaturas que se movem com a graça do vento ou água sem nenhuma eletrônica. Para ele a diferença entre a engenharia e a arte está na visão de cada um.
Começou a criá-las em 1991. Tudo funciona a partir de tubos pásticos e garrafas PET contendo ar “bombeado” até uma certa pressão que é elevada pelo vento, já que elas geralmente estão ao ar livre. Várias dessas “cargas de ar” são bombeadas por asas através de seu movimento para cima na parte da frente do animal que se agitam com o vento. Após algumas horas as garrafas estão cheias de ar e com energia suficiente para se locomover. Se fôssemos tirar a tampa de uma delas perceberíamos sua incrível pressão interna. Portanto o truque é controlar essa força de e usá-la para mover o animal.
As Strandbeests (Criaturas da praia) foram concebidas não para se locomover de forma autônoma, mas até mesmo para sobreviver sozinhas. Essa “vida artificial” é criada através de algoritmos genéticos, que simulam a evolução dentro de seu código e podem ser modificados para se adequar às necessidades dos projetos.
Possuem cérebros primitivos, baseados em contagem binária,que são utilizados para localizar sua posição na praia. Essas "criaturas" necessitam localizar-se para ficarem longe de seus principais perigos: o oceano, o fim da praia e principalmente tempestades. Para isso foram concebidos mecanismos sensoriais que lhe permitem responder ao ambiente. Se o vento estiver muito forte seus pés se fixam na areia, e, se eles estiverem muito perto do mar, seu sistema permite detectar isso e se mover na direção oposta.
Você deve estar se perguntando: porque criaturas do mar? Na concepção de Theo Jansen ele queria colocar essa forma de vida nas praias da Holanda, que deveriam sobreviver até lá, por conta própria, no futuro, o que iria demorar alguns anos já que teriam que aprender a caminhar sozinhos. Abaixo tem vídeos com algumas que fazem parte desse “rebanho”. Bem, para que serve isso? Arte. Sim, ele leva o trabalho para algumas partes do mundo, divulgando mais que uma expressão artística, mas um primeiro passo para a futura inteligência artificial independente, mesmo que básica. Isso será que é bom? Ou seremos dominados pelo que ainda iremos conhecer? Entendo como o alerta para as possibilidades do uso inteligente da energia.
Veja nessa apresentação de Theo Jansen gravada em 2007, onde ele apresenta o mecanismo de seu sistema.
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Animaris Rhinoceros Transport é formado por um esqueleto de aço e pele de poliéster. Sua aparência é arenosa, como se fosse coberto de areia e pesa 2 toneladas e 4,70 m de altura. É a sua altura que permite que a força do vento o coloque em movimento.
Animaris Umerus walking - Junho de 2009
Para maiores informações:
Site de Theo Jansen | Wikipedia | Vídeos: Vimeo
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